Sabemos que ao longo da vida acabamos desenvolvendo um conjunto de ideias a respeito de nós mesmos, formando crenças e valores. Portanto, algumas dessas ideias podem interferir no nosso desenvolvimento e atrapalhar o nosso crescimento pessoal e profissional de forma significativa.

A questão é: será que as mulheres estão mais suscetíveis aos impedimentos provocados pelas barreiras mentais?

De acordo com o relatório anual do Fórum Econômico Mundial, seriam necessários 136 anos para mulheres e homens alcançarem a igualdade no mundo corporativo. É tempo…

Também acessamos a pesquisa realizada pela Startse e Opinion Box, em agosto desse ano, sobre os desafios de gestão das lideranças femininas. E entre as barreiras mentais mais frequentes, entre jovens de 18 a 29 anos, estão “o medo de falar sobre suas conquistas”, “ter que lidar com estereótipos no ambiente de trabalho”, e “não conseguir desenvolver um bom networking”.

– As mulheres são educadas para serem delicadas e gentis. São características positivas, sim, mas sabemos que precisamos de muito mais. Acredito que as mulheres precisam ser encorajadas para serem ambiciosas e ousadas, frente aos desejos e sonhos – disse Maria Eduarda Silveira, CEO Bold HR.

Para entendermos um pouco melhor o assunto, conversamos com a psicóloga Adriana Souza, para explicar sobre as barreiras mentais e suas consequências, além dos reflexos gerados na vida das mulheres, ainda hoje. Confira, abaixo.

 

Bold HR: O que são barreiras mentais?

Adriana Souza (psicóloga): Quando nascemos, à medida que crescemos, vamos aprendendo com nossos pais e/ou cuidadores, hábitos, maneiras de pensar, crenças. Assim, o comportamento dos adultos vai imprimindo em nós a forma de ser ou de parecer.

A consequência é que toda essa dinâmica que foi assimilada como um padrão necessário de comportamento alimenta em nós uma crença, uma ideia, um valor e um modo de ver a vida que influencia nossos comportamentos e escolhas.

Assim, vamos vivendo a vida sem questionar, sem refletir e quase sempre, de forma automática. E, dessa maneira, vamos construindo uma personalidade disfuncional identificada com crenças dadas, padrões coletivos e inconscientes.

 

BOLD HR: E por que as mulheres estão mais suscetíveis a determinadas barreiras mentais?

Adriana Souza (psicóloga): No que diz respeito à educação das meninas isso ainda é mais evidente. Quase sempre, as meninas crescem com sua identidade alicerçada fortemente no estereótipo de ser boazinha, servil e que nasceu para sofrer.

Portanto, as mulheres têm muito a conquistar. Para isso é fundamental autoconhecimento e ganhar consciência, para rever os modelos mentais aprendidos que ainda não foram questionados. Afinal, não se pode mudar um comportamento inconsciente.

Como nos ensina C. G. Jung: “Aquilo que não fazemos aflorar à consciência aparece em nossas vidas como destino”.

Fica claro que o autoconhecimento é requisito fundamental que propicia um terreno fértil para profundas transformações de comportamento, de ideias de crenças e o desabrochar de novos papéis sociais e novas identidades psicológicas.

Adriana Souza é psicóloga clínica com especialização em psicologia junguiana (CRP: 05/51137).

Fonte: Panorama Liderança Feminina: a visão delas sobre os desafios de gestão, da StartSe/Opinion Box, de agosto de 2021 .

por Redação Bold HR

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