A Netflix lançou recentemente a primeira temporada de “Casamento às Cegas Brasil”, série que tem como principal objetivo formar casais desconhecidos a partir de um confinamento sem contato visual, ou seja, homens de um lado da parede e mulheres do outro lado. Esse foi um dos temas mais comentados nas mídias sociais nos últimos dias. Se pensarmos bem, a dinâmica do programa tem relação com a vida, mas não exatamente no campo amoroso, e sim no âmbito profissional. Se não, vejamos:

Os participantes começam a se conhecer depois de escolherem o parceiro apenas pela voz. É quando encontram-se e, normalmente, “formalizam” o pedido de casamento. Nessa primeira temporada, cinco casais chegaram até o final, com direito à celebração do casamento e à tão aguardada resposta “sim”. Para alguns um final feliz, para outros nem tanto.

Mas o que isso tem a ver com o mundo corporativo?

Muita coisa. Uma dinâmica parecida é vista em um processo seletivo, onde o candidato tem expectativas sobre o que ele vai encontrar do outro lado da “parede” e os recrutadores buscam o match perfeito para que um “bom casamento” aconteça e gere resultados. A tecnologia tem ajudado e muito esse caminho ao agilizar a escolha de candidatos em uma etapa inicial do processo. A partir disso, conforme avançam entre as etapas de apresentação de habilidades/diferenciais, derrubam-se as barreiras. Até o momento mais aguardado, a chegada do tão esperado sim – e o início de uma jornada de conhecimento mútuo que estará apenas começando.

Como todo o casamento, porém, há desafios ao longo do tempo. O sucesso de uma relação, seja no âmbito profissional ou pessoal, está na forma como lidamos com as situações e as resolvemos. Em muitos momentos, as empresas não sabem fazer a gestão de seus funcionários, preferindo a demissão em detrimento do aprimoramento e das conversas difíceis.

Para que essa relação seja duradoura, diria que as empresas precisam investir em uma relação consistente com seus colaboradores, com muita clareza nos contornos dos papéis e empatia, acima de tudo. Além disso, é claro que as relações só se sustentam com boa dose de responsabilidade, motivação, comunicação ativa e respeito mútuo. Portanto, o colaborador também é responsável por manter o foco nas suas responsabilidades, em respeitar e propagar a cultura da empresa, em receber feedbacks de forma madura e buscar ativamente pelo seu desenvolvimento dentro da organização. Não existe relação perfeita, não existe estar empolgado todo santo dia, é preciso ter maturidade, coragem e vontade de fazer a relação dar certo!

por: Maria Eduarda Silveira, fundadora da BOLD HR e do Carreira Orgânica

publicado em: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/o-processo-seletivo-tambem-e-um-casamento-as-cegas/

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